Suicida, Eu?
Uma bela ponte, um rio que corre, um brilho radiante,
A natureza em sua viva forma de ser e existir,
O amor, que vem e vai em suas inúmeras formas,
O canto de quem veio, mas não pode ficar,
A vida é muito breve, não há como aqui estar.
A mente é bela quando fértil,
No entanto sombria quando está envolta,
Em um coração sombrio de um corpo morto,
Pois o amor nele acabou, a esperança o deixou.
No momento não sei se sou fértil ou sombrio,
Mas estou nessa encruzilhada, aqui nesta ponte,
Tentando juntar os cacos da vida que criei,
Retornando a minha origem, para entender,
O quanto a humanidade pode ser crua e rude,
E que podemos nos martirizar e sacrificar,
Por nada mais do que respostas,
De perguntas há muito enraizadas na mente.
Vejo os pássaros no céu, o voo é tão lindo,
Os peixes no rio a bailar, realmente é fascinante,
O vento na copa das árvores, um sussurro leve no rosto,
A luz do sol que queima a mente, o corpo e o espírito,
Tentam purificar o que está moribundo,
Lutam por trazer de volta à vida,
O prazer perdido de brincar de ser feliz.
Não sei o que acontece com o mundo, a vida em si,
Apenas sinto uma raiva contida e controlada,
Mas que deseja explodir num choro sem lágrimas,
Para não me deixar derrubar pelos sentimentos,
Que poderiam me trazer de volta ao ninho,
Berço de nascimento.
Será que vale a pena morrer de tristeza?
Só para demonstrar força e poder aparente,
Que na realidade não existem mais em mim?
Por que não entendo a realidade da minha existência?
Estou confuso, angustiado, ansioso e sonolento,
A vida que aflora a minha volta não consegue me conter,
Finalmente as lágrimas começam a descer pelo rosto,
Desejo que um milagre aconteça,
Para que eu possa me entender e compreender o meu dilema,
O de ser feliz e fazer feliz quem eu quero que seja feliz!
Não adianta a felicidade ser atingida diante tanta tristeza,
Fenômeno que vejo em todo o rosto a minha volta,
A cada face uma dor, um temor, um rancor, o medo impera,
Como se o doce sabor da paz e simplicidade,
Estivessem exiladas assim como o amor,
Entes sagrados e que há muito se foram dessas terras.
Talvez um mergulho no rio acabe com a minha dor,
Posso enfim viajar por mundos antes não conhecidos,
E vivenciar o que nunca fora vivenciado,
Uma nova aventura, um recomeço, a solução,
Que a esperança deixou de me oferecer.
Um pássaro a pairar pousa diante de mim, um belo Colibri,
Olha para mim, como que soubesse meus pensamentos,
Não se move, apenas observa, sereno e descuidado,
Num instante solene ele alça voo pelo céu num bailado magistral,
Entendi a mensagem, a resposta da pergunta vital.
Por que não consigo me entender comigo mesmo?
Simplesmente porque desejo o que todos desejam.
Amor, paz e simplicidade
Honestidade, franqueza e sinceridade,
Fraternidade, Fidelidade e Fertilidade,
Trinômios que, quando juntos, são sagrados para quem os segue.
Pode parecer simples, mas esse estalo na mente foi reluzente,
Senti-me abraçado por forças que não posso reconhecer,
O Beija-flor continuava a bailar, dando altas gargalhadas,
Deste humano inocente e iniciante da grande arte,
De entender os segredos e mistérios do universo.
Jamais desistirei de amar e ser amado, ser feliz é um lema,
Por isso viajarei pelas selvas de pedra da vida,
Irei a cantarolar pelo caminho, pois a verdade me encontrou,
No bailar de um belo pássaro, consegui a resposta que precisava,
Para entender e compreender a minha guerra interna.
Que o meu fim aconteça naturalmente pelas leis universais
Enquanto isso deixarei esta ponte como um símbolo,
Daquilo que não posso perder e tenho que aprender,
O valor máximo que é a vida que temos.
Por isso, nunca perca a esperança no amor,
Lute pelos seus sonhos, viva a vida a cada segundo,
De forma sublime e solene,
Não perca a luta para si mesmo,
Pois você é o seu único inimigo se assim o quiser.
Dessa forma poderá viver em paz, a paz que não temos,
E em vez de você se sentir isolado num quarto apertado,
Poderá abrir a janela, abrir a mente e sorrir diante do sol,
E nesse momento perceberá que, definitivamente,
Jamais estarás sozinho no universo!